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Capa do disco NDDN

O time de artistas Lab Fantasma começou a crescer recentemente e o Coruja BC1, uma dessas novas “aquisições”, acabou de botar um disco na rua. Um disco não, um disco FODA, batizado de “NDDN”, ou No Dia dos Nossos”.

Ouça aqui:

Enquanto começa a conquistar seu espaço para além do rap, o Coruja, pra quem acompanha o movimento, já não precisa provar que é um MC dos mais talentosos da geração dele.

Conhecido do cenário do rap brasileiro desde que lançou as mixtapes “Até Surdo Ouvir” (2012) e “A Voz do Coração” (2014), Coruja BC1 foi conquistando público enquanto se preparava pra gravar um disco.

Foram quase 3 anos de trabalho, incluindo a pré-produção. “Eu trazia as letras e o Skeeter [produtor] colocava as bases, Fizemos 22 músicas, gravei 17 e o disco ficou com 11” – explica. “A mensagem do disco tem bases nas raízes, na ancestralidade, na conquista, na aceitação, na auto-estima e no empoderamento. A ideia é relembrar o povo preto de seu valor, que somos descendentes de reis. É um disco encorajador” – completa.

As faixas contam uma história que poderia muito ser um filme. Começa no ódio total, mas se equilibra e é concluído no amor. Skeeter também fala sobre sua inventiva produção: “Fazer esse disco foi um desafio pra mim, tive que me reinventar a cada batida para fazer jus ao nível das rimas do Coruja, e o resultado disso é um disco que consegue passar seriedade de várias formas e ritmos diferentes”.

“NDDN” traz participações de Emicida, Rael, Menor do Chapa, e os cantores Tiê e Fióti.

FAIXA A FAIXA POR CORUJA BC1

Faixa 1 – N.D.D.N: Essa música, que carrega a sigla do título do álbum, retrata o mergulho do autor contra a maré e fala sobre o primeiro inimigo da nossa guerra, que é a nossa própria mente e os limites que ela tenta nos colocar.

Faixa 2- Django: Inspirado no filme “Django Livre”, de Quentin Tarantino, a faixa é sobre um herói que passou pelos piores pesadelos e, ao se libertar de seus inimigos, decide se vingar com a sua maior arma, “a caneta” A faixa conta com a participação de Emicida.

Faixa 3- Jazz Records: Nessa fase o autor entende sua maior paixão e sua missão. Entra em contato com o seu próprio espirito, lembrando de tudo que já passou e por que não sente mais medo. É uma declaração de amor à música. A faixa conta com a participação de Fióti.

Faixa 4- Outra Fase: Flashes de uma nova fase tentam invadir a mente e o seu coração do autor, mas ele não se deixa contaminar. É o momento no qual ele percebe o motivo de estar onde estar e o tamanho da responsabilidade que carrega.

Faixa 5- Roubando a Cena: Se o ódio tem o poder de contaminação incontestável, o nosso sorriso e nossa alegria é a melhor forma de afrontá-los. O autor percebe isso e usa como uma arma. A faixa conta com a participação de Muzzike.

Faixa 6- Granada: O autor usa esse momento para zombar do impossível e mostrar que as correntes que tinham em sua mente não existem mais.

Faixa 7- Linha de Frente: O autor entra em um novo campo de batalha, com as convicções do passado, mas carregando a experiência das conquistas e derrotas. A faixa conta com a participação de Menor do Chapa.

Faixa 8- Escute-me: O autor começa a ter visão de mundo diferente, compreendendo melhor sua vida. A cantora Tiê participa da faixa.

Faixa 9- Eclesiastes: “É tudo ilusão, é como correr atrás do vento.” Essa frase do Rei Salomão define esse estágio da jornada do autor, que está num estado depressivo mas em direção à lucidez. A faixa conta com a participação de Godô.

Faixa 10- De fã pra fã: As reflexões trouxeram na memória do autor um fato vivenciado a anos atrás; perda de um fã e a pior fase de sua vida.

Faixa 11- Roteiro de Chaplin: Inspirada em textos do ator e diretor Charles Chaplin, a faixa retrata a fase de maior lucidez do autor, quando ele percebe que deixará boas heranças para o mundo. “Confesso que eu tive medo de andar pelo purgatório, mas hoje me sinto merecedor de cada pedaço do céu”. O rapper Rael participa dessa faixa.