Juliana com o pai, seu Juraci (foto: Raphael PS)
Juliana com o pai, seu Juraci (foto: Raphael PS)

Neste ano, pra falar de Dia dos Pais e homenagear a quem é de direito na data, a Lab resolveu ir atrás de histórias verdadeiras, e as estrelas da campanha serão seus protagonistas, ou seja, personagens reais.

O resultado foram relatos sinceros, carinhosos e que mostram por uma perspectiva única essa conexão especial entre pais e filhos.

Histórias que com certeza vão emocionar e inspirar. Hoje, abrindo a série, você vai conhecer a Juliana e o Juraci. Até o dia 13 de agosto outras vão aparecer por aqui. Fique na sintonia!

 

“Eu fecho com a minha filha porque minha filha é minha amiga”

A história dos laços de sangue e amor que unem o Juraci, 57 anos, e a publicitária Juliana, 25, pai e filha, começou a ser desenhada quando ele, vindo do Piauí, e a mulher, que era do interior de São Paulo, se conheceram na zona leste da capital. Passaram a viver juntos e, no início dos nos anos 90, nasceu a Juliana. “Como costumo dizer, nossa vida foi um mundo que construímos e aí entramos nele. Pai, mãe e filha”, conta o pai. “A gente tinha um mundo fechado em três pessoas: tudo que a gente fazia era sempre nós três, viagem junto, emprego em função de fazer as coisas juntos. Meu pai tinha uma fábrica de velas artesanais e minha mãe trabalhava com ele”, diz a filha.

Com a mãe sofrendo constantemente com um mioma e decidida a fazer uma cirurgia, o rumo da vida dos três começou a mudar há 12 anos. Uma complicação com a anestesia fez com que ela não resistisse ao procedimento, deixando Juraci viúvo em 5 dias. “Do lado da sepultura, falei para minha filha: conta comigo, estou do seu lado”, relembra. “Em nenhum momento ele falou pra mim que não daria certo, mesmo com a gente passando pela pior situação possível”, conta a filha.

Foi necessário um tempo pra que a família se adaptasse à nova configuração da rotina, mas aos poucos Juraci criou, como ele mesmo diz, uma estratégia. “Eu procurei fechar com a minha filha. Fechar como? Eu preciso participar da vida da minha filha. Eu me colocava no lugar dela porque é difícil uma filha com 13 anos sem a mãe. A melhor coisa pra você entender qualquer situação é se colocar no lugar do outro. Eu acho que a primeira coisa que um pai tem que ser é amigo do filho, então eu me colocava nessa condição de amigo da Juliana.” A cumplicidade, lembra ela, já vinha desde a infância, e só aumentou. “Eu e meu pai sempre fomos muito parceiros. Era muito engraçado porque apesar de sermos em três foi pra ele que eu sempre contei todas as coisas, a gente sempre foi muito amigo. Isso acabou só potencializando. A gente virou uma dupla.”

Na época, Juraci trabalhava à noite em uma escola pública. Pra não ficar sozinha em casa, Juliana ia com ele diariamente. “Ele sempre fez questão de me mostrar que estava ali, mas que a vida não podia parar e que a gente tinha que continuar de algum jeito”, diz.

Nesta trajetória desde então, ele diz, nem sempre os dois concordaram sobre tudo, mas o diálogo aberto sempre existiu. “Quando ela terminou o ensino médio, eu queria que fizesse um colégio técnico. Ela disse que queria fazer faculdade. Eu falei ‘você não vai ficar longe de mim porque eu te conheço e você não pode ficar longe de mim’’’.

A solução foi escolher uma perto de casa, pela qual os dois pudessem pagar juntos. “Ele tava sempre ali, levando e buscando, mas sempre se preocupou em me dar uma noção de responsabilidade. Éramos só nós dois, então ele ajudou desde a compra do absorvente até a entender o namorado e todo o resto. E ele sempre teve muita sinceridade comigo, muita parceria mesmo”, conta a filha.

Aos 17 anos, Juraci lembra, Juliana passou a trabalhar no ateliê de velas artesanais de Juraci para ajudar o pai a pagar pelo curso. Quando saiu para fazer estágio, ele novamente relutou, mas aceitou. “Eu procurei entender que ela precisava sair. Nós enquanto pais queremos que aquele filho fique embaixo do nosso braço. Mas a realidade no mundo é outra, e a gente tem que preparar o filho pro mundo, não pra nós. Eu sempre pensei isso em relação a Juliana. Eu falo pra ela: ‘filha, pai não é eterno. Um dia não vou estar aqui e você vai precisar saber aonde ir. E é isso que eu imagino que a Juliana vai saber fazer na vida: saber aonde ela tem que ir”, diz. “É um clichê falar isso, mas meu pai fecha comigo porque ele é meu melhor amigo, não tem o que eu falar e a gente trocar uma ideia que ele vai falar pra mim ‘não é possível’. Ele sempre vai me dar o caminho e se ele falar pra mim que vai dar certo é porque vai dar certo”, encerra Juliana.

Curtiu? Então fica ligado nos nossos canais pra acompanhar as próximas histórias e aproveita para deixar seu coroa no estilo com nossas promoções para o Dia dos Pais.