Chegamos a falar aqui que Drik Barbosa viria com tudo e, nem um pouco diferente do esperado, ela assinou embaixo. No dia 11 de outubro ela lançou seu primeiro disco de estúdio, que leva seu nome, através do Edital Natura Musical e do Proac – disponível em todas as plataformas digitais. São 11 faixas em que fica nítido que a rapper colocou seu coração ali, com diferentes roupagens e na presença de participações de peso como Gloria Groove, Karol Conka, Luedji Luna, Emicida e Rael.
Deu vontade de conhecer um pouco mais sobre a Drik, não é mesmo? Uma semana depois do lançamento, em 18 de setembro, essa possibilidade se tornou real com o lançamento do documentário “Drik Barbosa – Minha História (Parte 1)”, produzido pela Nuance Filmes. Quem assina a direção, edição e fotografia é Sabrina Duarte. E é junto da cantora que podemos entender o conceito de herança, em todas as suas nuances. Drik nos mostra um pouco sobre sua infância e a rotina com sua família em uma época simples, vivendo na periferia. O contato com a música veio desde cedo e se intensificou na adolescência, quando começou a frequentar a Batalha da Santa Cruz. Enquanto batalhava entre os caras e gravava uns sons aqui e ali, ela sentia falta da presença das minas MC’s naquele território. Ser mulher já se mostrava uma tarefa difícil mas muito empoderadora.
Drik já conhecia Emicida das batalhas mas o primeiro contato profissional com a Laboratório Fantasma aconteceu em 2013, quando recebeu uma ligação de Evandro Fióti (CEO) junto de um convite para participar da música tema da animação “O Menino e o Mundo” – que em 2016 foi indicada ao Oscar. Assim as portas foram se abrindo e veio o contrato com a Laboratório Fantasma, o lançamento do primeiro EP “Espelho” e vários shows, até fora do país.
É com a chegada de “Drik Barbosa – Minha História (Parte 2)” que é possível estabelecer uma conexão ainda mais forte com a história da artista, que narra a experiência de gravar o seu primeiro disco. Foram dias e horas ininterruptas no estúdio para a construção desse processo tão profundo. Além de lidar com a criação desse projeto, a rotina não dava uma pausa e muita coisa acontecia ao mesmo tempo. Vivenciou ali um bloqueio e percebeu que não estava conseguindo mais cantar. Mas esse episódio difícil foi como o renascimento de uma fênix, que sofreu, se conheceu e se despiu de todas as amarras. Deu início as aulas de canto, um trabalho conjunto com uma fonoaudióloga e durante todo esse processo, viu a importância de ser uma referência para sua irmã mais nova e tantas outras mulheres negras de idades diversas. Ali se intensificou ainda mais o significado da representatividade de raça, gênero e empoderamento no movimento em sua imagem não só como cantora.
A consagração de todas essas brilhantes conquistas aconteceu no dia 19 de outubro, data do show de lançamento do novo álbum, na Casa Natura Musical. O público já sabia muitas das músicas de cor e foi impossível não deixar a emoção tomar conta, afinal, era um momento histórico em sua carreira, carregado de um sentimento de realização. As presenças de Emicida, Rashid, Rincon e da rapper Stefanie abrilhantaram ainda mais a noite. A lista de agradecimentos foi grande e intensa ao finalizar o show.
O que mais Drik Barbosa pode nos trazer? O futuro é pouco pra essa mulher que já é um dos nomes mais promissores do rap nacional. Vida longa! ✊🏽
Texto por: Carla Silva