Diz o ditado que o “o show tem que continuar”. Não é possível dar prosseguimento de forma saudável e coerente, contudo, sem dar atenção a temas urgentes. Por isso, Emicida e a Laboratório Fantasma aderem ao movimento “The show must be paused” (em livre tradução, “o show precisa parar”), que teve início nos Estados Unidos e chama a atenção para o assassinato de George Floyd (e para as incontáveis vidas de pessoas negras tiradas pela polícia). Trata-se de um movimento que incentiva um grande “blackout” no mercado da música no dia 2 de junho, terça-feira. Gravadoras, empresas e artistas mundo afora já estão mostrando suporte a este breque no setor que tanto se beneficia e lucra com a arte de artistas negros. Assim, o lançamento da canção “Sementes”, de Emicida e Drik Barbosa, previsto para 2 de junho, foi adiado. Tendo como fio condutor uma mensagem contra o trabalho infantil, “Sementes” é mais um dos temas que giram em torno desta grande manifestação antirracista – lembrando que o trabalho infantil é majoritariamente exercido por crianças e adolescentes negros -, por isso a urgência de aderir a esta pausa.

Emicida: “Eu passei as últimas semanas pensando na música ‘Sementes’ com a Drik Barbosa. A gente ficou imerso em um monte de dados a respeito do trabalho infantil e de como a situação da pandemia empurra uma série de famílias para as margens da sociedade. Pressionadas, essas famílias têm que colocar as crianças numa situação desumana. Mais uma vez, os abismos sociais, que a gente produz desde antes da pandemia,  vão se mostrando muito mais mortais do que a pandemia em si. Quando analisamos a Covid-19, você vê que se trata de um vírus que, de fato, tem uma letalidade baixa. Os nossos abismos sociais, sim, são mortíferos. O caso dos EUA, a tragédia do menino João Pedro, a do outro menino João Vitor, a do menino David Nascimento… Este dois últimos, inclusive, mortos pelo Estado brasileiro depois do caso do João Pedro, que é uma morte extremamente recente… Não podemos nos esquecer do músico que levou os 80 tiros do exército e nem da menina Ágatha Felix. É por essas pessoas que a gente adere ao movimento de parar o show business nesse momento”.

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